Eu tenho amor

Eu tenho muito amor no coração. Amor pela vida, amor pela natureza, amor pelos animais, pelas pessoas, e também pela capacidade delas de cooperar, acolher, transformar, ajudar, cuidar do outro, a solidariedade das interações humanas em si. Eu tenho muito amor para dar; tenho em mim a realização de poder servir, como posso, a quem precisa e me solicita. Sou muito grata por ser uma pessoa bondosa, por ter um coração tão grande que muitas pessoas dizem até mesmo não caber em mim. São poucas as pessoas que possuem o dom da complacência nos nossos circulos sociais. Muitas vezes duvidei se toda a bondade e amor que ofereço para o mundo e para as pessoas me colocava em uma situação de ingenuidade e fizesse me passar por tola, porque já senti na pele a dor e a incredulidade de ser usada, manipulada e enganada pela maldade ou pela vulnerabilidade de ser boa, ou por pessoas que enxergam a bondade e a honestidade como fraqueza. Mas eu acredito no bem, e que ele sempre vence. Eu também acredito no Karma, e que as pessoas só podem oferecer aquilo que elas têm. Sigo espalhando e espelhando a bondade e o amor, em uma sociedade onde pessoas tentam passar por cima das outras a qualquer custo por simples benefício próprio. Essas nuances de espertezas de minha parte e a minha percepção da maldade nas pessoas, em certo ponto da minha vivência, me fizeram acreditar que perdi a doce e pura inocência, que às vezes não consigo confiar que as pessoas possam ser boas, gentis, generosas, simpáticas e agradáveis, mas hoje eu tenho a sabedoria de que essa desconfiança é puramente para me proteger das coisas ruins e maldosas do mundo, diante de tudo o que já passei e enfrentei. Levo esse aprendizado para a vida, e para que eu nunca me esqueça de continuar sendo eu mesma e seguir acreditando na minha verdade, independentemente de estar rodeada de pessoas nocivas e atitudes maléficas. Sejamos amor em meio ao ódio.

"Après tout, tout est beau" - Vivre sa vie, Jean Luc Godard (1962)